Estamos
deslumbrados com o computador e a Internet na escola e vamos deixando de lado a
televisão e o vídeo, como se já estivessem ultrapassados, não fossem mais tão
importantes ou como se já dominássemos suas linguagens e sua utilização na
educação.
A
informação e a forma de ver o mundo predominantes no Brasil provêm
fundamentalmente da televisão. Ela alimenta e atualiza o universo sensorial,
afetivo e ético que crianças e jovens – e grande parte dos adultos – levam para
a sala de aula. Como a TV o faz de forma mais despretensiosa e sedutora, é
muito mais difícil para o educador contrapor uma visão mais crítica, um
universo mais abstrato, complexo e na contramão da maioria como a escola se
propõe a fazer. Estes dois parágrafos do texto Desafios da televisão e do vídeo à escola, do professor Moran, são retomados pelos vários
autores, de uma perspectiva mais teórica ou conceitual ou mais prática,
mostrando caminhos para utilizar melhor a televisão e o vídeo na escola.
O texto As tecnologias invadem nosso cotidiano, de Vani Kenski, discute a presença das tecnologias em nossas atividades cotidianas mais comuns e como integrar a
televisão criticamente na sala de aula. Na
mesma direção vai Vânia Carneiro em Televisão e educação: aproximações, ressaltando que o professor
pode ser mediador entre os alunos e a televisão, tornando-a objeto de estudo,
conhecendo a linguagem, a programação, as condições de
produção e de recepção e incorporando-a pedagogicamente às atividades escolares. Lucília
Helena Garcez, em A leitura da imagem,
destaca que há muitos procedimentos que são comuns à análise do texto e da
imagem e propõe que a escola elabore, nas diversas áreas de conhecimento,
estratégias
Concretas
para que os jovens desenvolvam a competência de analisar, compreender e interpretar
de forma crítica a avalanche de imagens à qual estão expostos.
Televisão
e vídeo combinam a dimensão espacial com a sinestésica, ritmos rápidos e
lentos, narrativas de impacto e de relaxamento. Combinam a comunicação
sensorial com a audiovisual, a intuição com a lógica, a emoção com a razão.
A
integração começa pelo sensorial, o emocional e o intuitivo, para atingir
posteriormente o racional. Exploram o voyeurismo e mostram até a exaustão
planos, ângulos, replay de determinadas cenas, situações, pessoas, grupos,
enquanto ignoram a maior parte do que acontece no cotidiano. Mostram a exceção,
o inusitado, o chocante, o horripilante, mas também o terno – um bebê
desamparado, por exemplo. Destacam os que detêm atualmente algum poder –
político, econômico ou de identificação/projeção: artistas, modelos, ídolos
esportivos. Quando o perdem, desaparecem da tela.
Fonte de pesquisa:
Por Fabiana Eboni
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