domingo, 7 de setembro de 2014

ANALISE do CAPITULO I do Livro CIBERCULTURA, Pierre Lévy


ANALISE do CAPITULO I 

do Livro CIBERCULTURA de

Pierre Lévy




As ‘’novas tecnologias’’ causam “novos problemas” para um determinado número de professores, quando estes não sabem como utiliza-las. Porém o fato mais importante do problema da utilização pedagógica destas tecnologias, é que também não sabemos ainda o que fazer sem elas.
O professor que tem dificuldade em ensinar próprio currículo, ou que não consegue estimular nem os alunos interessados em aprender e nem é capaz de incorporar as novas tecnologias para preparar suas aulas, este professor não vai saber se utilizar dessas tecnologias, ele esta precisando reconhecer é que, o que ele tem que procurar sim,  é uma nova profissão.

‘’Quando o professor diz: "Ontem falamos do milho transgênico, e vocês me perguntavam por que as pessoas o temiam. Então, procurei informações na Internet à noite e eis o que encontrei", os alunos podem sentir-se tão distantes do procedimento quanto se o professor tivesse ido à biblioteca ou tivesse telefonado para um amigo biólogo. A Internet continua sendo abstrata para os alunos que não têm oportunidade em casa de formar sua própria idéia a esse respeito. Quando os alunos têm acesso a um computador, na sala de aula ou em seu meio, e o professor lhes diz: "Vejam se encontram alguma coisa na Internet", a situação é completamente diferente’’. (Perrenoud, Philippe – Escola e Cidadania - Artmed 2005, pag. 57)

Entretanto, as escolas não podem substituir esses professores, porque não há outros melhores e, afinal, foram formados e treinados desta maneira.

‘’Seria desastroso que os profissionais do ensino levassem mais 20 anos refletindo sobre os perigos do progresso e que a escola se tornasse o ambiente de trabalho menos informatizado da sociedade, menos equipado do que a maioria das famílias. Visto que essas tecnologias são incontornáveis e que, não obstante todos os seus efeitos perversos, representam um progresso importante, o papel da escola é, sem dúvida, o de tentar decifrá-las.O importante é não sucumbir, mais uma vez, ao pensamento mágico de visar obstinadamente à igualdade das aquisições básicas por meio de uma pedagogia ativa e diferenciada. As tecnologias podem contribuir para isso se elas forem dominadas e pensadas nesse sentido, mas não podem resolver o problema da desigualdade e, muito menos, eliminá-lo. Embora não sejam sua causa, elas tornam as desigualdades intelectuais ainda mais visíveis e agravam suas consequências.’’ (Perrenoud, Philippe – Escola e Cidadania - Artmed 2005, pag. 61)


Um aluno que estuda em uma escola que mal oferece água fresca e potável para seus alunos, quem dirá então, laboratórios e facilitadores (como computadores, dispositivos de som e imagem, etc.) é proibido de usar seus smartphones sob a alegação de que eles atrapalham a aprendizagem.
Que aprendizagem? Em que pesquisas são demonstradas essas aprendizagens que tanto se tenta preservar?

‘’Caminhamos a passos largos para uma sociedade dual: uma minoria maneja as alavancas de comando, orienta o desenvolvimento e a produção, detém os saberes e extrai mais do que lhe cabe do produto nacional. Os outros, quando têm oportunidade, dispõem de um emprego e não são excluídos do progresso, mas não participam da construção do futuro comum. Quanto aos sem-teto e outros desamparados, a preocupação com o dia seguinte priva-os da própria idéia de que poderiam contribuir para as orientações da sociedade. A escola seleciona entre aqueles que têm pela frente o caminho mais seguro dos estudos longos, e talvez do êxito social, e aqueles que não contam com essa oportunidade. Os sistemas educacionais embaralharam as--cartas, ampliaram suas fileiras, mas não conseguiram mascarar o fato de que há pessoas que deixam a escola sem dispor de conhecimentos e competências muito diversos e, portanto, com menos possibilidade de acesso não apenas ao emprego e ao consumo, como também aos processos de decisão que comandam nosso futuro coletivo e aos recursos que permitem a cada um viver de forma autônoma. Apesar do discurso sobre a igualdade de oportunidades/ sabe-se que "alguns são mais iguais do que os outros": estatisticamente, filhos de executivos e filhos de operários não têm o mesmo destino.’’ (Perrenoud, Philippe – Escola e Cidadania - Artmed 2005, pag. 66)

Nesse contexto, as ‘’novas tecnologias’’ representam  inovação tecnológica para a formação pedagógica, pois com elas se pode capacitar os professores para o domínio do seu próprio saber/fazer pedagógico.



Por: Gerson Netto e Leila Aquino.




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