ANALISE do CAPITULO I
do Livro CIBERCULTURA de
Pierre Lévy
As ‘’novas tecnologias’’ causam
“novos problemas” para um determinado número de professores, quando estes não
sabem como utiliza-las. Porém o fato mais importante do problema da utilização pedagógica
destas tecnologias, é que também não sabemos ainda o que fazer sem elas.
O professor que tem
dificuldade em ensinar próprio currículo, ou que não consegue estimular nem os
alunos interessados em aprender e nem é capaz de incorporar as novas
tecnologias para preparar suas aulas, este professor não vai saber se utilizar
dessas tecnologias, ele esta precisando reconhecer é que, o que ele tem que
procurar sim, é uma nova profissão.
‘’Quando o professor diz: "Ontem
falamos do milho transgênico, e vocês me perguntavam por que as pessoas o
temiam. Então, procurei informações na Internet à noite e eis o que encontrei",
os alunos podem sentir-se tão distantes do procedimento quanto se o professor tivesse
ido à biblioteca ou tivesse telefonado para um amigo biólogo. A Internet
continua sendo abstrata para os alunos que não têm oportunidade em casa de
formar sua própria idéia a esse respeito. Quando os alunos têm acesso a um
computador, na sala de aula ou em seu meio, e o professor lhes diz: "Vejam
se encontram alguma coisa na Internet", a situação é completamente diferente’’.
(Perrenoud, Philippe – Escola e Cidadania - Artmed 2005, pag. 57)
Entretanto, as escolas não
podem substituir esses professores, porque não há outros melhores e, afinal, foram
formados e treinados desta maneira.
‘’Seria desastroso que os profissionais
do ensino levassem mais 20 anos refletindo sobre os perigos do progresso e que
a escola se tornasse o ambiente de trabalho menos informatizado da
sociedade, menos equipado do que a maioria das famílias. Visto que essas
tecnologias são incontornáveis e que, não obstante todos os seus efeitos
perversos, representam um progresso importante, o papel da escola é, sem
dúvida, o de tentar decifrá-las.O importante é não sucumbir, mais uma vez, ao
pensamento mágico de visar obstinadamente à igualdade das aquisições básicas
por meio de uma pedagogia ativa e diferenciada. As tecnologias podem
contribuir para isso se elas forem dominadas e pensadas nesse sentido, mas
não podem resolver o problema da desigualdade e, muito menos, eliminá-lo.
Embora não sejam sua causa, elas tornam as desigualdades intelectuais ainda
mais visíveis e agravam suas consequências.’’ (Perrenoud, Philippe – Escola e
Cidadania - Artmed 2005, pag. 61)
Um
aluno que estuda em uma escola que mal oferece água fresca e potável para seus
alunos, quem dirá então, laboratórios e facilitadores (como computadores,
dispositivos de som e imagem, etc.) é proibido de usar seus smartphones sob a
alegação de que eles atrapalham a aprendizagem.
Que
aprendizagem? Em que pesquisas são demonstradas essas aprendizagens que tanto
se tenta preservar?
‘’Caminhamos a passos largos para uma
sociedade dual: uma minoria maneja as alavancas de comando, orienta o
desenvolvimento e a produção, detém os saberes e extrai mais do que lhe cabe do
produto nacional. Os outros, quando têm oportunidade, dispõem de um emprego e não
são excluídos do progresso, mas não participam da construção do futuro comum.
Quanto aos sem-teto e outros desamparados, a preocupação com o dia seguinte priva-os
da própria idéia de que poderiam contribuir para as orientações da sociedade.
A escola seleciona entre aqueles que têm pela frente o caminho mais seguro dos
estudos longos, e talvez do êxito social, e aqueles que não contam com essa
oportunidade. Os sistemas educacionais embaralharam as--cartas, ampliaram
suas fileiras, mas não conseguiram mascarar o fato de que há pessoas que
deixam a escola sem dispor de conhecimentos e competências muito diversos e,
portanto, com menos possibilidade de acesso não apenas ao emprego e ao
consumo, como também aos processos de decisão que comandam nosso futuro coletivo
e aos recursos que permitem a cada um viver de forma autônoma. Apesar do
discurso sobre a igualdade de oportunidades/ sabe-se que "alguns são mais
iguais do que os outros": estatisticamente, filhos de executivos e filhos
de operários não têm o mesmo destino.’’ (Perrenoud, Philippe – Escola e
Cidadania - Artmed 2005, pag. 66)
Nesse contexto, as ‘’novas
tecnologias’’ representam inovação
tecnológica para a formação pedagógica, pois com elas se pode capacitar os
professores para o domínio do seu próprio saber/fazer pedagógico.
Por: Gerson Netto e
Leila Aquino.
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